quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Michel Teló, à luz da Teoria de Justiça de Rawls

O sucesso é obtido quando o produto do pensamento se ajusta aos valores prestigiados por uma comunidade. Nesse sentido, Teló e seu 'hit' fazem jus ao prêmio não porque sejam merecedores. Merecimento pouco tem a ver com justiça, pois, caso essa premissa fosse verdadeira, professores ganhariam mais do que o Faustão, p.ex.. A justiça consiste em fazer com que o sucesso sirva como móvel para o desenvolvimento dos menos aquinhoados pelas arbitrariedades naturais (um professor dificilmente saberia cantar uma canção como 'Ai Se Eu Te Pego', assim como um talentoso pintor de afrescos). A Justiça, nesse caso, consiste em taxar mais pesadamente os rendimentos auferidos com o êxito, promovendo a "justiça distributiva", bem assim com o pagamento dos direitos autorais aos proprietários da obra intelectual. O sucesso advém, no mais das vezes, de arbitrariedades naturais como, p.ex., nascer em família de melhor posição, ter mais tempo para o estudo, ser bonito, saber cantar etc. Não se igualam tais arbitrariedades aleatórias e naturais com a colocação de freios no sucesso com elas obtido (o que seria intervenção indevida na liberdade alheia), mas mediante medidas compensatórias que favoreçam aos menos aquinhoados. Michel Teló faz jus ao prêmio da forma mais legítima, porque seguiu as regras do jogo e ponto. Pode-se criticar o valor intrínseco da obra musical, mas o êxito jamais, desde que as regras do jogo tenham sido seguidas à risca, de forma ética e de acordo com o que convém ao gosto e ao anseio da sociedade, o que é o caso. É ela quem dirá quem fará jus ao prêmio (isso nada tem a ver com "merecimento moral", repito), cabendo a justiça usar o fruto do sucesso para promover o bem geral. Em síntese, SUCESSO TELÓ!

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